Desenvolvimento & Produção

4 Lições que Aprendi ao Participar de uma das Maiores Game Jams do Mundo

4 Lições que Aprendi ao Participar de uma das Maiores Game Jams do Mundo

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Este é um artigo convidado escrito pelo William Ismael Schütz, programador da Triello Games e P8G Studio sobre sua experiência em uma game jam.

O William é membro da Academia de Produção de Jogos, nosso treinamento online com cursos, entrevistas e uma comunidade incrível de desenvolvedores de games.

Foi lá que ele formou sua equipe para participar da Ludum Dare, como ele descreve abaixo em seu artigo.

Neste artigo, William compartilha algumas experiências que adquiriu ao participar de game jams, tanto sozinho quanto em equipe.

Ah, e se você está lendo este texto mas ainda não sabe bem o que é uma Game Jam, recomendo que você leia o guia completo que eu escrevi sobre o assunto:

Game Jams: O Que são, Porque são Importantes e Como Participar

Sem mais, deixo você com o William Schütz e suas 4 lições aprendidas ao participar da Ludum Dare.

Com vocês, William Schütz

Quando comecei a me envolver com o desenvolvimento de jogos, vi algumas palestras e debates em que falavam sobre game jam, que são esses eventos onde se tem um ou mais temas e um tempo limitado para o desenvolvimento de um jogo.

De início fiquei espantado pensando em como seria possível desenvolver um jogo em tão pouco tempo, já que a maioria das game jams tem a duração de 48 ou 72 horas.

Das jams que conheci, a que achei mais interessante foi a Ludum Dare. O evento principal acontece três vezes ao ano nos meses de abril, agosto e dezembro. Há duas modalidades: uma onde você deve fazer tudo sozinho em 48 horas, chamada Compo, e outra onde o jogo pode ser desenvolvido em equipe e o prazo é de 72 horas, chamada Jam.

O evento não possui premiação, mas a experiência e a visibilidade (no caso de uma boa posição no ranking) valem muito, além de você poder somar o jogo ao seu portfólio! Na Steam tem uma curadoria apenas com jogos que nasceram em Ludum Dares e viraram projetos maiores e hoje estão sendo vendidos dentro da plataforma.

Tive duas tentativas frustradas tentando concluir a jam. Os motivos foram bem claros: a minha falta de confiança para tentar dominar minimamente todos os aspectos para fazer um jogo sozinho e falta de interesse da equipe com a qual tentei participar em uma edição.

Já em agosto de 2015, na edição 33, me senti mais seguro e participei sozinho, conseguindo concluir o jogo de acordo com o tema proposto dentro do prazo. A experiência foi muito gratificante em termos de conhecimento.

Mesmo tendo entregue um jogo simples, pequeno e com alguns erros, saí desse processo com muito aprendizado e motivado a desenvolver mais jogos e certo de voltar na próxima edição da jam e, se possível, com uma nova equipe.

Vampig Rampage
Vampig Rampage

Entre a edição de agosto e a de dezembro, decidi assinar a Academia de Produção de Jogos, pois já acompanhava o blog há algum tempo e percebi que ali eu poderia ter acesso a uma comunidade bem direcionada. Não foi diferente, pois no dia em que o fórum foi liberado me apresentei expondo meus projetos e convidando algum artista interessado em fazer parceria para a Ludum Dare 34, que ocorreria em menos de um mês.

Foi aí que o Jun Kajii, nosso artista, entrou em contato para participar da jam. No mesmo dia vi a apresentação do Douglas Brantes, nosso músico, e convidei ele para se juntar a nós. Assim, logo de primeira, a Triello Games foi criada com membros da Academia de Produção de Jogos.

No dia em que o fórum foi liberado me apresentei expondo meus projetos e convidando algum artista interessado em fazer parceria para a Ludum Dare 34, que ocorreria em menos de um mês. Foi aí que o Jun Kajii, nosso artista, entrou em contato para participar da jam. No mesmo dia vi a apresentação do Douglas Brantes, nosso músico, e convidei ele para se juntar a nós. Assim, logo de primeira a Triello Games foi criada com membros da Academia de Produção de Jogos.

Uma Game Jam à Distância: Participando da Ludum Dare 34

Chegado o dia do início da game jam, o tema foi divulgado por volta da meia-noite. Nessa edição houve um empate na votação dos temas, então pudemos escolher entre dois deles: “controle de dois botões” e “crescendo”. Nos reunimos no sábado pela manhã para definir o jogo a ser desenvolvido.

A Ludum Dare é um evento totalmente virtual. Isso nos permite trabalhar remotamente, cada um em sua casa – até porque eu moro no RS, o Jun na BA e o Douglas no RJ. Conversamos sobre as possibilidades e limitações de cada tema, depois rabiscamos algumas ideias e analisamos em conjunto.

Após descartarmos algumas ideias, decidimos trabalhar com o tema crescendo, na forma de um jogo de plataforma 2D, com cenário composto por tiles, onde o personagem assumiria formas maiores ao coletar power ups.

Definimos alguns pontos-chave para o jogo e partimos para o desenvolvimento. Não elaboramos um GDD – Game Design Document, tínhamos esse conceito geral e deixamos a criatividade nos guiar durante o desenvolvimento.

Das sete formas que planejamos implementar no jogo, conseguimos cinco. Quando o tempo estava acabando, não demos conta de tomar algumas decisões de design que havíamos deixado em aberto e o jogo acabou saindo como um score attack, mas com cenário e inimigos limitados. Fora isso, não tivemos tempo de testar a versão final ao ponto de identificar e corrigir bugs, nem lapidar a inteligência artificial dos inimigos. Submetemos o jogo mesmo com alguns problemas e corrigimos em uma versão pós-jam.

Parallax
Parallax

No fim da jam, saímos desse processo com 4 importantes lições aprendidas:

  1. Manter o escopo adequado ao tempo e habilidades da equipe;
  2. Manter os objetivos do jogo claros;
  3. Ter um documento para servir de guia, mesmo que seja um GDD simplificado;
  4. Concluir o jogo antes do tempo, para ter tempo de identificar e corrigir bugs.

A comunidade dá feedbacks muito valiosos sobre o seu jogo, o que nos serviu de estímulo para desenvolvermos outros projetos. A participação na jam ainda nos deu orgulho de ver o primeiro jogo sair do papel, além de aprimorar as habilidades como desenvolvedores.

Se você está iniciando no desenvolvimento de jogos, ou deseja se aprimorar seus conhecimentos, recomendo que participe de uma game jam, você aprenderá muito com isso!

Comentários Finais (por Raphael Dias)

E então, já se decidiu em também participar de uma game jam? 🙂

Eu não sei se você já participou ou não de uma game jam, mas eu recomendo fortemente que você participe de uma o quanto antes.

E antes de você ir, eu queria que você respondesse uma pergunta:

Qual das 4 lições deste artigo você achou a mais importante?

Comente abaixo e explique o motivo da sua escolha.

Opa,

qual foi a maior sacada que você teve? Conte nos comentários.