Desenvolvimento & Produção

Game Jams: O Que são, Porque são Importantes e Como Participar

Game Jams: O Que são, Porque são Importantes e Como Participar

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Se você se interessa por desenvolvimento de jogos, com certeza você já ouviu falar em Game Jams.

Em poucas palavras, uma Game Jam é uma reunião (presencial ou online) de desenvolvedores de jogos que tem como objetivo criar um jogo em um curto intervalo de tempo.

Game Jams são fundamentais para a indústria e cultura de desenvolvimento de jogos.

Elas são oportunidades únicas para fazer networking, testar suas habilidades técnicas e emocionais, além de sair da inércia e colocar a mão na massa.

Esse assunto te interessa?

Então continue lendo esse artigo para saber mais sobre:

  • O que são e como funcionam as Game Jams;
  • Porque Game Jams são tão importantes;
  • A “magia” por trás das Game Jams: Principio de Pareto e Lei de Parkinson aplicados ao desenvolvimento de jogos;
  • As dicas de 3 desenvolvedores profissionais para participantes de Game Jams;
  • Os bastidores da Primeira Game Jam do Produção de Jogos;
  • … e muito mais!

No momento de publicação deste artigo está acontecendo a Primeira Game Jam da Academia de Produção de Jogos (que terá duração de 10 dias).

A Game Jam do PDJ tem várias particularidades que a difere da maioria das outras Game Jams, e no final desse artigo eu vou compartilhar com você algumas informações de bastidores desse evento!

Pronto para começar?

Então, vamos lá!

O que são Game Jams e porque elas funcionam

Nesta seção você vai entender melhor como uma Game Jam funciona e como isso tudo começou…

O termo “Jam” tem origem no universo da música, onde o encontro de músicos para ensaios livres são usualmente conhecidos como “Jam Sessions”.

Muitas das músicas mais conhecidas do mundo e Riffs que marcaram gerações nasceram em Jam Sessions.

Seguindo o mesmo espírito, vários jogos incrivelmente bem-sucedidos foram originalmente concebidos em uma Game Jam.

Mas, afinal, o que são Game Jams?

Game Jams são encontros de desenvolvedores de jogos com o objetivo de criar um jogo do zero em pouco tempo.

No geral, as Game Jams duram entre 12 horas e alguns poucos dias. Elas podem ser presenciais ou online.

Os participantes da Game Jam se dividem em pequenas equipes de desenvolvimento (geralmente entre 4 e 6 membros cada) que vão competir entre em si para criar o melhor jogo.

Todas as equipes devem criar um jogo do zero e com a mesma temática. O tema da Game Jam é proposto logo antes dela começar, para garantir que todas as equipes realmente comecem do zero.

Cada equipe precisa criar protótipos rapidamente para conseguir validar diferentes ideias de jogo.

O tempo é curto e gastar muito tempo numa ideia medíocre pode ser fatal.

Esse é um processo riquíssimo de Game Design, onde vários conceitos precisam ser testados e descartados rapidamente afim de encontrar, em tempo hábil, uma ideia de jogo que valha a pena ser desenvolvida.

É mesmo possível criar um jogo em poucos dias?

Sim, com certeza. E ao contrário do que talvez você esteja pensando, isso não tem a ver necessariamente com alto nível de habilidade técnica.

Na verdade, Game Jams são recomendadas até mesmo para pessoas com conhecimento técnico básico ou intermediário.

Mas, afinal, como isso é possível?

A resposta vem em 3 letras: MVP.

MVP é uma sigla muito comum em empreendedorismo e que significa Minimum Viable Product, ou “Produto Viável Mínimo”, em tradução livre.

Um MVP nada mais é que um produto que possui apenas as suas principais funcionalidades.

Os grandes “produtos” da internet como Instagram, Tumblr, WordPress e até mesmo o Facebook nasceram como MVPs. Suas primeiras versões tinham apenas as suas funcionalidades centrais. O mínimo necessário para testar a ideia.

Pense no Instagram, por exemplo. O seu MVP é apenas um site onde você pode subir fotos e seguir outras pessoas. Um site desse tipo pode ser feito em apenas 1 dia por um desenvolvedor habilidoso.

O MVP serve para testar a demanda do mercado. Ou seja, ver se alguém vai se interessar pelo seu produto.

Mas o que isso tudo tem a ver com Game Jams?

Poucas vezes eu ouvi alguém fazendo esse paralelo, mas nas Game Jams as equipes criam MVPs.

Cada jogo criado em uma Game Jam possui apenas as principais funcionalidades e recursos necessários para se testar o conceito do jogo.

Jogos produzidos em Game Jams são, portanto, uma versão “super enxuta” de tudo que o jogo pode ser.

Bem, agora que você já entende que os jogos criados em Game Jams são MVPs, ainda resta uma dúvida bem prática:

O que está por trás de um desenvolvimento tão rápido?

Existem dois princípios importantíssimos que tem um papel fundamental no sucesso das Game Jams: O Princípio de Paretto e a Lei de Parkinson.

Vamos entender melhor o que cada um desses termos significam:

Princípio de Pareto (ou “Regra 80/20”): Aproximadamente 80% dos resultados são originados de apenas 20% das ações.”

Em outras palavras, apenas 20% das ações que tomamos são responsáveis por aproximadamente 80% dos nossos resultados.

Esse princípio é observado nas mais diversas áreas…

Em negócios, por exemplo, é muito comum observar que 80% do lucro vem de aproximadamente 20% dos clientes.

Na Italia, 80% das terras pertencem a 20% da população (esse é o estudo conduzido pelo economista Vilfredo Pareto, que deu origem ao termo).

Se você pesquisar o termo, verá que ele é utilizado nas mais diversas áreas do conhecimento humano.

É claro que essa regra não é algo matematicamente comprovado. É apenas uma boa “regra de direcionamento” que pode ser útil até mesmo para a sua vida pessoal.

Ok, mas o que isso tem a ver com Game Jams?

Existem várias formas de interpretar isso, mas eu vou sugerir algumas:

  • 80% do desenvolvimento do jogo é concluído em 20% do tempo (você deve saber que polimento e balanceamento demora MUITO);
  • 80% da diversão do jogo vem de apenas 20% de seus elementos;

Com esse princípio em mente, conseguimos entender um pouco melhor como jogos divertidos e interessantes conseguem ser feitos em tão pouco tempo.

A resposta? Foco nos 20%.

Lei de Parkinson: O trabalho se expande de modo a preencher o tempo disponível para a sua realização”

A Lei de Parkinson foi originalmente publicada em 1955 no The Economist e, desde então, vem sendo utilizada de forma generalizada nas mais diversas áreas.

Nos dias de hoje, a Lei de Parkinson é comumente usada em gestão de tarefas e produtividade, onde afirma-se que “tarefas individuais com datas-limite raramente terminam antes, pois as pessoas que fazem o trabalho tendem a expandi-lo para terminá-lo próximo à data de entrega”.

Trazendo o conceito para o desenvolvimento de jogos, podemos interpretá-lo da seguinte forma: Se você tem no máximo 100 dias para terminar um jogo, você dificilmente o terminará antes.

Em outras palavras, você será tão eficiente quanto necessário. E não mais que isso.

Nas Game Jams, a Lei de Parkinson tem um papel muito importante. Como o tempo disponível é extremamente escasso, os participantes tendem a trabalhar em seus níveis mais elevados de eficiência.

A combinação do Principio de Pareto com a Lei de Parkinson resulta em um desenvolvimento altamente focado em resultados e equipes incrivelmente produtivas.

Essa é a “magia” por trás do sucesso das Game Jams.

Indie Game Jam – Onde Tudo Começou

Em março de 2002, os desenvolvedores de jogos Chris Hecker e Sean Barrett estavam interessados em descobrir a capacidade de renderizar sprites que um hardware moderno possui.

Para realizar esse teste, eles convidaram os desenvolvedores Doug Church, Casey Muratori e o agora famoso Jonathan Blow (The Witness, Braid) para desenvolver uma game engine especializada em renderizar um grande número de sprites.

Com a nova game engine pronta, tinha chegado a hora de testá-la!

Hecker e Barrett convidaram então um grupo de desenvolvedores de jogos para seu escritório na Califórnia com o objetivo de criar jogos inovadores utilizando a recém-criada game engine.

Nascia então o que ficou conhecida como a primeira Game Jam, também conhecida como “0th Indie Game Jam”.

(Para ver alguns dos jogos criados na 0th Indie Game Jam, veja esse artigo de 2002 do Gamasutra: Technology Inspires Creativity: Indie Game Jam Inverts Dogma 2001!)

Indie Game Jam

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A Indie Game Jam (OGJ) teve 4 edições, entre 2002 e 2005. O objetivo central de todas as edições foi o mesmo: criar jogos experimentais e inovadores em um curto intervalo de tempo.

A IGJ é considerada uma grande inspiração para outras Game Jams que começaram posteriormente, como a Global Game Jam e a Nordic Game Jam.

Veja algumas informações sobre a IGJ:

  • Periodicidade: anual (2002 – 2005);
  • Duração: 4 dias;
  • Local: Califórnia;
  • Maior número de competidores na mesma edição: 21 participantes;
  • Mais info em: http://www.indiegamejam.com/

Ludum Dare

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A primeira Ludum Dare (LD) aconteceu em abril de 2002 – apenas um mês depois da 0th Indie Game Jam – e contou com 18 participantes.

Atualmente a Ludum Dare acontece 3 vezes por ano e tem duração de 48 horas. Nesse período, os participantes precisam criar sozinhos um jogo do zero.

Uma curiosidade: o Markus Persson, criador do Minecraft participou de 7 edições da Ludum Dare.

Veja algumas informações sobre a LD:

  • Periodicidade: 3 vezes ao ano (atualmente);
  • Duração: 48 horas;
  • Local: Online (Global);
  • Maior número de competidores na mesma edição: 2.821 participantes;
  • Mais info em: http://ludumdare.com/

Nordic Game Jam

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A Nordic Game Jam (NGJ) é um evento anual que acontece na Dinamarca desde 2006. É o maior evento de videogames da Dinamarca e uma das maiores Game Jams presenciais do mundo.

Os participantes da NGJ têm aproximadamente 38 horas para criar um jogo do zero.

Veja algumas informações sobre a NGJ:

  • Periodicidade: Anual (Desde 2006);
  • Duração: 38 horas;
  • Local: Dinamarca;
  • Maior número de competidores na mesma edição: 570 participantes;
  • Mais info em: http://nordicgamejam.org/

Global Game Jam

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Inspirada na Nordic Game Jam, a Global Game Jam (GGJ) acontece anualmente desde 2009 e na edição de 2014 produziu mais de 4 mil jogos durante 1 fim de semana.

Pessoas de todos os níveis técnicos participam da GGJ, o que torna o evento uma grande experiência para todos.

Veja algumas informações sobre a NGJ:

  • Periodicidade: Anual (Desde 2009);
  • Duração: 48 horas;
  • Local: Online (Global);
  • Maior número de competidores na mesma edição: 23.000+ participantes de 72 países diferentes;
  • Mais info em: http://globalgamejam.org/

3 Desenvolvedores de Jogos Falam Sobre a Importância de Game Jams

Ok, você já ouviu bastante sobre a história e a teoria por trás das Game Jams.

Que tal agora um pouco de “informações das trincheiras”?

Eu selecionei 3 fragmentos de entrevista que fiz recentemente com desenvolvedores profissionais que estão envolvidos com Game Jams de alguma forma.

Confira abaixo o que essas pessoas falaram sobre Game Jams e suas experiências com elas:

1. Alexandre Ribeiro de Sá: “Qual a parte mais legal das Jams locais? Networking”

O Alexandre, da Vortex Game Studio e organizador da SP Jam, falou um pouco pra gente sobre como uma game jam funciona e o que você pode aprender com elas.

Esse é um pequeno trecho de uma entrevista com mais de 2 horas que o Alexandre deu pro Produção de Jogos. Veja a primeira parte dessa entrevista.

(Obs.: o texto abaixo foi adaptado para maior fluidez de leitura)

Como funciona a Game jam? Existem dois tipos de game jams: a online e a presencial. A online, como o próprio nome já diz, é online, então você faz da sua casa, da praia, de onde quiser. A presencial acontece num espaço físico pré-determinado onde todos os participantes vão ficar lá enclausurados por, geralmente, 48 horas.

Qual a parte mais legal das Jams locais? Em primeiro lugar: Networking. Quem vai em uma Game Jam presencial quer conhecer outras pessoas, quer ver outras formas de trabalho, quer sentar do lado de um programador, de um músico ou de um artista e conversar.

Uma coisa que sempre falo quando estou falando da SP Jam: A SP Jam tem toda essa parte do momento de jogo, toda a festa e tudo isso aí…. mas antes de mais nada, a SP Jam é um evento de business. Quem vai lá é um cara da Microsoft, da Unity e de outras empresas que vão ver o que está sendo desenvolvido, vendo formas de trabalho.

Outras equipes também vão estar vendo as formas de trabalho de outras equipes, vão estar vendo formas de administrar o tempo, administrar o projeto. Você tem que montar um jogo em 48 horas, então você tem que aprender a cortar coisas e otimizar o máximo possível seu tempo de produção. (…) Essas coisas que as pessoas aprendem a fazer. E isso se aprende na marra. E aprender também a cortar coisa do seu jogo (…) O que acontece é que quando você está montando seu jogo tudo é lindo e fenomenal… Ok, pode ser lindo, mas é necessário pro seu jogo mesmo? Aprender a fazer essa escolha é fundamental.”

2. Felipe Dal Molin: “Eu acredito que é muito produtivo começar um jogo com um MVP de um fim de semana”

Felipe Dal Molin é co-fundador da Luderia e autor do curso “Game Design Para Jogos Pequenos”, disponível exclusivamente para alunos da Academia de Produção de Jogos.

No trecho de entrevista abaixo, o Felipe fala sobre a importância que as Game Jams tiveram para o desenvolvimento de seus jogos. Você pode conferir a Parte 1 dessa entrevista clicando aqui.

(Obs.: o texto abaixo foi adaptado para maior fluidez de leitura)

Na Luderia, a gente tinha a ideia de que a gente tinha que primeiro fazer uma Game Jam, de um fim de semana ou uma semana, antes de definir o próximo produto. Só que a gente acabou implementando isso muito “no tropeço”. E acabou que, entre o Carmachia e o Spooklands a gente tirou uma semana que foi uma semana experimental. Cada um de nós foi fazer alguma coisa durante uma semana e testar ideias. Eu fui programar geração procedural de Dungeon, o Guilherme foi fazer algo diferente também, e cada um foi fazendo algo. E o Spooklands foi o que o Guilherme, que é o nosso programador, fez durante essa semana.

Então o Spooklands nasceu de uma Game Jam interna nossa. A gente acha que é legal esse lance. Por exemplo, para o (nosso novo jogo) Pigeon Potente, a gente perdeu um fim de semana e agora a gente tem um negócio que o pessoal já joga e temos uma boa ideia do que funciona e do que não funciona, como poderia expandir e tal. Eu acredito que é muito produtivo começar um jogo com um MVP de um fim de semana.”

3. André Rodrigues: “A gente testa muito do que sabe fazer nas Game Jams”

André Rodrigues, da Big Green Pillow, também nos contou sua opinião sobre a importância das Game Jams.

Você pode ver a Parte 1 dessa entrevista neste link.

(Obs.: o texto abaixo foi adaptado para maior fluidez de leitura)

A gente testa muito do que sabe fazer nas Game Jams. O Porcunipine nasceu numa Game Jam, na Ludum Dare 28 no final de 2013. Esta foi a primeira que a gente participou e saiu um negócio que a gente achou muito legal e levou para a frente. De lá pra cá, a gente não dispensa mais nenhuma Game Jam. Sempre que a gente pode, participamos porque é um fim de semana que você perde para desenvolver; pode ser que desenvolva algo muito ruim, mas você aprende uma coisinha ou pode ser que saia um jogo muito legal. Você nunca sabe.

A gente sempre tem uma dificuldade em explicar o que é uma Game Jam porque você fala que é uma competição, mas não é uma competição, não tem prêmio. É basicamente um movimento que os desenvolvedores concordam em participar. A organização centraliza um tema e fala que você vai ter 48 horas ou 72h, depende da Jam. Algumas são de 15 dias, 1 mês.

E a organização diz “developers, vocês tem esse tempo para fazer um jogo da forma que vocês bem quiserem seguindo esse tema”. O tema do Porcunipine era “you only get one”. Teve um tema de uma Global Game Jam de uns anos atrás que era o som de um batimento cardíaco. Tem alguns temas que são mais restritos tecnologicamente, por exemplo “game boy jam”, que você tem que usar processamento, memória e features de um jogo de game boy.

No final, o que você ganha de verdade é o seu produto, o jogo que você fez, esse MVP. Algumas Game Jams dão prêmios, outras dão colocações simbólicas como menções honrosas pro pessoal. Basicamente, o objetivo é fomentar que as pessoas façam esses MVPs e você centraliza o desenvolvimento para poder falar sobre. Então tem muita gente como Youtubers e canais de notícias que vão atrás da Ludum Dare, da Global Game Jam para achar essas pérolas de game design e soltar matéria. A Game Jam é muito boa para isso também, gerar awareness sobre o produto.

O motivo pelo qual a gente participa é o MVP mesmo, porque é muito difícil você com game design ou game development estipular um ponto para parar de desenvolver e publicar. Isso é muito difícil porque sempre tem aquela coisinha a mais e, quando você vê, já tem um ano. Com a Game Jam te dá um prazo par acabar, você vai parar de fazer e vai publicar. Por exemplo, eu sou artista e na última Game Jam foi assim ‘Eu preciso comunicar tal feedback pro jogador. Qual é o jeito que eu consigo fazer mais rápido?’ Eu preciso destrinchar aquilo ali na forma mais básica e mais informativa. Eu não posso ficar pensando em ‘Nossa, como isso aqui ficaria bonito com um degrade de tal jeito, a luz daquele jeito’. Você tem que ser muito mais direto ao ponto, então é um baita exercício de game design, de arte, programação, de tudo.

E você acaba descobrindo coisas que não tinha pensado antes. Na última que a gente participou, a ultima Ludum Dare, o tema era ‘arma não convencional’ e a gente fez um jogo chamado “Shotophop’, que você usa o baldinho de colorir do Photoshop como uma arma. Funciona assim: você está correndo e tem que colorir os inimigos com a cor que está no chão, onde eles estão pisando, aí eles somem. É bobinho, para testar uma mecânica. Mas uma coisa que a gente não imaginava e que descobriu é que o jogo se dá muito bem com mídia voltada para fotografia e designers por ter o tema do Photoshop. Não foram muitos, mas alguns blogs falaram sobre o jogo e todos eles eram blogs de design e fotografia, nunca de jogos. E a gente pensou ‘Olha, tem coisa aí que a gente não estava imaginando. Pode ser um recurso, um valor que a gente está gerando”

A Primeira Game Jam da Academia de Produção de Jogos

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No exato momento em que eu escrevo este artigo está acontecendo a Primeira Game Jam do Produção de Jogos!

Depois de conversar com várias pessoas diferentes e fazer mais de 40 horas de entrevistas com desenvolvedores profissionais, eu decidi adotar um formato um pouco diferente para a Game Jam do Produção de Jogos.

Como provavelmente você já sabe, ser tecnicamente habilidoso não é o suficiente para ser um desenvolvedor profissional. Você não vai conseguir pagar as contas como um desenvolvedor de jogos independentes se você não sabe nada de networking e marketing.

Se o seu jogo é incrível, mas apenas os seus amigos o conhecem, você com certeza não vai conseguir viver disso.

Por esse motivo, a Game Jam da Academia PDJ é baseada em 4 pilares:

  • Networking
  • Gerenciamento de projetos colaborativos
  • Habilidades técnicas (arte, programação, áudio, etc)
  • Marketing

Esses 4 pilares formam a base para a nossa Primeira Game Jam que conta com participantes de todo o país e se estenderá por 10 dias.

Ao final desses 10 dias, as equipes precisarão enviar um email para mim (o organizador) fazendo um pitch do seu jogo e disponibilizando o PressKit completo do mesmo, contando com Press Release, screenshots convincentes e o que mais for interessante para fazer uma divulgação profissional do jogo (além de, claro, o link para jogá-lo!).

O Formato Não-Tradicional da Game Jam do Produção de Jogos

Ok, talvez agora você esteja se perguntando como exatamente será a dinâmica dessa Game Jam… então eu vou explicar em mais detalhes 🙂

Tudo começou com o networking. Após o período de pré-inscrição, os participantes tiveram um pouco mais de uma semana para encontrar seus parceiros de equipe dentro da Academia PDJ.

Para facilitar essa tarefa, nós temos uma “Planilha de Habilidades” cheia de informações de mais de 100 membros da Academia PDJ. Desde os pontos fortes até os pontos fracos de cada um, está tudo nessa planilha.

Com as equipes formadas, chegara a hora de anunciar o tema da nossa primeira Game Jam.

O tema que eu escolhi foi um simples, porém subjetivo: União. Com certeza existem centenas de possibilidades para se abordar essa temática em um jogo.

O tema foi divulgado pontualmente às 7:00h de sexta-feira para que os participantes tivessem o fim de semana inteiro para fazer brainstorming.

Agora era o momento de colocar em prática o segundo pilar da nossa Game Jam: Gerenciamento de projetos.

Como os participantes da nossa Game Jam são das mais diversas partes do país e de idades e profissões bem diferentes, o bom gerenciamento da equipe nesses 10 dias de Game Jam poderá desempenhar um papel decisivo.

Para ajudar os nossos assinantes nessa empreitada, eu pedi para o André Alves gravar um curso exclusivo sobre Gerenciamento de Projetos Colaborativos. Esse curso já estava disponível 1 mês antes de começar a Game Jam, o que serviu para dar uma base sólida e evitar erros básicos ao gerenciar as equipes na Game Jam.

No momento em que escrevo esse artigo a maioria das equipes já terminou o estágio de brainstorming e estão colocando suas Habilidades Técnicas (o terceiro pilar) à prova para desenvolverem os seus jogos

Ao final dos 10 dias de Game Jam, as equipes devem entregar por email um PressKit completo do jogo, finalizando a Game Jam com o seu quarto pilar: Marketing.

Com os jogos prontos e PressKits entregues, se dá início o processo de avaliação dos materiais entregues.

E para isso, nós contamos com um super Juri 🙂

Processo de Avaliação e Juri

Seguindo a ideia de que um bom jogo sem marketing morre em silêncio, nós dividimos o processo de avaliação em 2 partes: O Jogo (80% da avaliação) e o Marketing (20% da avaliação).

Para avaliar os jogos desenvolvidos na Game Jam, eu fiz questão de convidar alguns dos melhores desenvolvedores de jogos do país:

  • Pérsis Duaik (“Aritana e a Pena da Arpia”)
  • Danilo Dias (“Oniken” e “Odallus”)
  • Felipe Dal Molin (“Spooklands” e “Horizon Chase”)

Esse é o Juri Técnico que avaliará os jogos da nossa Primeira Gam Jam!

Para a avaliação de marketing, eu pessoalmente vou analisar cuidadosamente o Email de Divulgação (que precisa simular um email enviado para um site de jogos buscando divulgação) e o PressKit.

Com essa combinação de elementos e o nosso incrível Juri, os participantes da Game Jam podem ter a certeza de que muito será aprendido sobre networking, gerenciamento, produtividade, apresentação, marketing e muitos outros elementos fundamentais para ter sucesso criando jogos.

Visão Geral dos Participantes (e os criativos nomes das equipes!)

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E então, pronto para conhecer um pouco mais de quem encarou esse desafio?

Então confira abaixo as equipes participantes:

Equipe: True Fake Studio

  • Bruno Rafael Martins (Caucaia/CE)
  • Diego Nunes (Brasília/DF)
  • Ingrit Lima (Arapiraca/AL)
  • Leandro Beni (Campinas/SP)
  • Wellivelton Pereira (Sinop/MT)

Equipe: Dream Team

  • Danilo Rafael Silva (Montes Claros/MG)
  • Leonardo Avelino Fagundes da Cruz (Montes Claros/MG)
  • João Paulo Oliveira (Uberlândia/MG)
  • Victor Augusto de Almeida (Campinas/SP)
  • Ednei Almeida (São Paulo/SP)

Equipe: Mantus

  • Filipe Rafael Bezerra (Caruaru/PE)
  • Ricardo Figueiredo
  • Jadson Almeida (Caruaru/PE)

Equipe: P³ Team

  • Ademilson Rodrigo Moreira (Curitiba/PR)
  • Álvaro dos Reis (Votorantim/SP)
  • Diego Borges (Brasília/DF)
  • Luiz Felipe Gomes (Guarulhos/SP)

Equipe: Spotlight Team

  • José Luiz  Neto (Ribeirão Preto/SP)
  • Bruno Salomao (Ribeirão Preto/SP)
  • Leonardo Henrique Medeiros (Goiânia/GO)
  • Diogo Pavan (Belo Horizonte/MG)

Equipe: Kdabra Indie Games

  • Deiverson Silveira (Belo Horizonte/MG)
  • Pedro Luis Varella (São Paulo/SP)
  • Rodrigo Marques (Saquarema/RJ)
  • Rogerio Ranieri (São Paulo/SP)
  • Yuri Holtz (Rio de Janeiro/RJ)

Equipe: PixFrontier

  • Francisco Bruno Ribas (Belo Horizonte/MG)
  • Rodrigo de Castro (Barueri/SP)
  • Tamires Daiane Melo (Porto Alegre/RS)
  • Valmir dos Santos (Dois Vizinhos /PR)
  • Paulo Davi dos Santos Sá (Brasilia/DF)

Equipe: Jamers

  • Alessandro Coutinho (São Paulo/SP)
  • Bruno Pereira
  • Caio Sérgio Nobre (Maceió/AL)
  • Gabriel Marinho (Campinas/SP)

Equipe: GameStorm

  • Tantravahi Aditya (Campinas/SP)
  • Adrien Combecau (Rio de Janeiro/RJ)
  • David Barbosa (João Pessoa/PB)
  • Guilherme Rafael de Souza (Sorocaba/SP)
  • Tiago Oliveira (Simões Filho/BA)

Equipe: The Adams

  • Cedrik Rocha (Florianópolis/SC)
  • Ramon Nogueira (Juiz de Fora/MG)
  • Elton Vicente da Silva (Santo André/SP)

E você? O que pensa sobre Game Jams?

UFA! Esse foi um artigo longo e você conseguiu chegar até o final!

E se você tem interesse em criar jogos que sejam lucrativos (dá para criar jogos lucrativos a partir de Game Jams como vimos antes), eu preparei um ebook com uma seleção de 16 jogos que estão na Steam que você poderia ter criado em poucas semanas.

Nesse ebook, também incluí a quantidade de cópias vendidas de cada um desses jogos (dados reais vazados da Steam). Faça o download gratuitamente no botão abaixo:

Opa,

qual foi a maior sacada que você teve? Conte nos comentários.