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Mestre em Física de Partículas conta quais foram as 3 Maiores Dificuldades em Desenvolver um Jogo Sozinho

Mestre em Física de Partículas conta quais foram as 3 Maiores Dificuldades em Desenvolver um Jogo Sozinho

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Esse é um artigo convidado escrito pelo Jessé de Oliveira, sobre as dificuldades que ele enfrentou ao desenvolver um jogo sozinho.

Jessé de Oliveira é Físico (assim como eu!), músico profissional e membro da Academia de Produção de Jogos. Você pode se conectar com ele pelo LinkedIn (clicando neste link) e conhecer mais sobre sua carreira profissional até o momento.

O Jessé está desenvolvendo sozinho o jogo The World of Leona para a maratona da Academia de Produção de Jogos e resolveu tirar uns minutos para compartilhar com a gente sobre os desafios que tem enfrentado nessa jornada.

Você pode jogar o The World of Leona neste link e acompanhar o progresso do seu desenvolvimento pela Fanpage do jogo.

Agora, confira as 3 dificuldades que o Jessé de Oliveira está enfrentando ao desenvolver um jogo sozinho.

Com vocês, Jessé de Oliveira

Desenvolver um jogo sozinho

Olá, pessoal, meu nome é Jessé de Oliveira, fundador da Integral Games, e escrevo este artigo para relatar um pouco das dificuldades que tive ao desenvolver um jogo sozinho.

Sou mestre em física pela Universidade Federal do Ceará e minha especialidade é Simulações Computacionais em Física de Partículas. Sou músico profissional e desenhista nas horas vagas.

Devido a essas habilidades nas três grandes áreas do Game Design resolvi me aventurar em fazer um jogo sozinho. Sempre soube que iria ser difícil, mas nunca imaginei que seria tanto. Trago para vocês algumas das minha experiências nessa jornada.

Primeira dificuldade em desenvolver um jogo sozinho: gerenciamento do tempo

Já é de conhecimento da grande maioria que o gerenciamento do tempo faz toda a diferença em qualquer projeto, seja ele qual for.

Ao desenvolver um jogo sozinho, essa dificuldade se torna mais intensa, pois você não tem ninguém pra lhe dar aquele empurrão (ou bronca) que você precisa e o tempo lhe escoe muito fácil, pois sempre aparecerá algo “mais interessante” para se fazer.

Se você é casado, assistir aquele filme com seu cônjuge parece muito mais interessante. O Xbox e/ou Playstation executam muito bem o seu papel em atrair sua atenção, pois, creio eu que um desenvolvedor de jogos deve também ser um amante deles.

O primeiro passo que dei para vencer essa dificuldade foi mentalizar que aquilo que eu estava fazendo era muito importante pois era um sonho de infância, e que, pra realizá-lo, eu teria que pagar o preço. Hoje não deixo de assistir filmes e nem de jogar, mas sei quando é a hora de cada um.

Segunda dificuldade: a limitação de uma única mente

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Um ditado popular diz que duas cabeças pensam melhor do que uma. Isso é a mais pura verdade. Durante o desenvolvimento, me ocorreu de surgir um problema em um dos scripts de colisão do meu personagem fazendo com que o mesmo ficasse preso às paredes ao sofrer um dano. Hoje em dia eu sei que esse erro é muito comum e bastante fácil de ser resolvido, mas na época eu não sabia.

Perdi cerca de um mês no desenvolvimento devido a esse problema, pois eu não sabia como resolver e o mesmo me impossibilitava de prosseguir, pois me tirava do sério a ponto de perder toda a inspiração. Passei duas semanas sem sequer abrir o jogo pra tentar alguma solução.

Consegui vencer essa dificuldade quando abri mão do meu orgulho e comecei a pesquisar e perguntar em fóruns especializados acerca da minha dificuldade. Aconteceu que pessoas mais experientes me ajudaram e eu vi que não era um “bicho de sete cabeças”, e sim “de uma cabeça”, a minha, pois tinha travado ali e não sabia pra onde correr.

Terceira dificuldade: A validade da criatividade

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Essa dificuldade afetou todo o desenvolvimento, desde a criação das animações, dos scripts, até as músicas e os efeitos sonoros.

Durante todo o processo, três perguntas me perseguiram: esse jogo está bonito? A jogabilidade está boa, muito fácil? Os sons estão agradáveis? Eu decidi trabalhar com pixel art, devido à facilidade no manuseio e por ser mais fácil trabalhar com o mouse.

É um tipo de arte que realmente suga do artista, pois você gasta bastante tempo fazendo animações simples. Dizem que um artista nunca gosta da sua arte. Isso aconteceu comigo. Não importava o quão trabalhada era a arte eu sempre achava que não estava boa.

Nota do Raphael: se você quer começar a trabalhar com Pixel Art, não deixe de ver esse artigo que eu escrevi sobre um editor online e gratuito próprio pixel art, o Piskel.

Não há ninguém que saiba mais sobre uma criação do que seu criador. Eu tinha definido toda timeline dos monstros, todos os intervalos de ataque dos inimigos, seus pontos fracos e cegos, e devido a isso, sempre achei o jogo muito fácil, pois os mesmos não conseguiam sequer me acertar, e isso era um problema. Com as músicas não foi diferente. Sempre tive dúvidas quanto à qualidade das mesmas.

Como não tinha ninguém que testasse o jogo comigo, comecei a chamar amigos, parentes, e ver as suas reações e seus feedbacks. Descobri que toda a arte do jogo, que tinha gasto várias horas, estava linda. As animações estavam fluidas e tudo se combinava harmoniosamente. Em relação ao gameplay, descobri que aquele monstro que não me acertava estava apelão para uma pessoa que não conhecia a “alma” do monstro; que o jogo está com uma dificuldade bem elevada (diminuí depois); que a música combinava perfeitamente com o estilo do jogo. Ou seja, uma segunda (terceira, quarta, …) opinião faz com que você veja seu trabalho através de pontos de vista diferentes.

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Conclusão

Toda a experiência adquirida nessa jornada de desenvolver um jogo sozinho, para mim, foi excepcional. Se me perguntarem se eu recomendo trilhar o árduo caminho de desenvolver um jogo sozinho eu digo que não.

Trabalhar em equipe é sempre mais legal e se focar naquilo que você sabe fazer é sempre melhor, pois dessa forma você vai alavancar as suas habilidades e crescer naquilo em que é bom.

Comentários Finais (por Raphael Dias)

E aí, se identificou com alguma parte da jornada do Jessé de Oliveira?

Eu gostaria de te convidar a apoiar o The World of Leona curtindo sua fanpage e também jogando a versão atual disponível neste link (e não deixe de comentar o que achou do jogo!).

E agora eu gostaria de fazer uma pergunta a você: Você também tem interesse em fazer parte dessa indústria? Eu preparei um material para te ajudar nisso:

Se você também quer começar a desenvolver jogos, eu sempre recomendo começar dos mais simples para ir ganhando experiência. Eu criei um ebook com uma seleção de 16 jogos simples para você ter como uma referência sobre o tipo de jogo que eu acredito ser ideal para quem está começando.

Além disso, também incluí a quantidade de cópias vendidas de cada um desses jogos (dados reais vazados da Steam). Baixe o ebook gratuitamente no botão abaixo:

Opa,

qual foi a maior sacada que você teve? Conte nos comentários.